terça-feira, 21 de julho de 2009

O tempo. O passear mecânico de ponteiros sincrônicos. Uma invenção que domina a vida. Cada minuto percorrido é um instante perdido. Podemos passá-los de várias formas.
Eu, por exemplo, passo frente a estas rosas tão belas. Aqui nesta poltrona, olho pessoas que transitam e imagino como cada uma encara o fim tão certo de suas desperdiçadas vidas.
Um segurança parado a minha frente mantém sempre a mesma feição. Impõe o respeito por sua cara de gorila dominante. Será que ele tem família? Quando chega em casa e seus filhos correm para abraça-lo, ele os trata friamente, pois o trabalho, que lhe ocupa o dia todo, já corre por suas veias?
Um grupo escolar com sua professora, fazem um trabalho de campo. Seus rostos de curiosidade são facilmente afastados pela tentativa de tomar maior destaque na hora da foto. Se hoje tentam aparecer mais, que tipo de adultos serão? Do tipo que pisoteia seus companheiros para ter maior destaque no momento de uma promoção empresarial.
Um senhor, com uma calça social cinza, uma camisa rosa e uma boina italiana caminha com passos lentos admirando o caminho que passa. Esse é diferente. Tem um olhar distante. Talvez se lembrando de seus tempos de juventude. Tempo que aproveitou sabiamente. Arrependendo-se apenas de uma coisa, porém a mais dolorosa de uma vida. Arrependendo-se de nunca ter dito o quanto amava sua esposa e companheira antes que ela partisse.
Por Ana Carolina Giorgion

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