segunda-feira, 9 de novembro de 2009

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(Re)Volta


Sombras desta escuridão implacável
Sombras que me perseguem pela noite
Me permitam um momento de solidão eterna
Me tirem da angustia e amargura.

Sentimento profundo que me acompanha
Sentimento de dor que me aprisiona
Não me permita ouvir choro de anjos novamente
Me de um momento de abandono eterno
Me faça esquecer a angustia e amargura

Pulsos que entoam minha agonia pelo corpo
Veias que carregam o veneno de minha febre
Permitam que meus ventos soprem as velas
Deixem que a luz dessa sobrevida se apague
Levem paras as trevas a angustia e amargura

Pés que procuram caminhos solventes
Mãos que pintam abstratos de loucura e pó
Tirem de mim as imagens de meu torso contorcido
Atrofiado pela imobilidade de minhas vontades
Cubram de cores escuras a angustia e amargura

Corpos que vagam sem perdão pela terra da morte
Bocas seladas pelo pavor dos deuses
Afugentem minha alma de meu corpo
Dilacerem meu peito em segundos
Acabem com o bater de um coração já inerte e sem vida.

Hades, Seol e Infernus
Realize-se a tua vontade em minha vida
Domem meus pensamentos e aprisionem meu corpo
Levem-me para as profundezas deste abismo
Me permitam sentir o sabor de teu fel.

Tinjam-me com o líquido negro que sai de teus olhos
Tragam-me a tão esperada paz em meio a teus tormentos
Digam-me palavras perdidas, eternas e mastigáveis
Me permitam sentir o que sou, dentro do que nunca quis
Me levem de volta ao inferno de onde nunca deveria ter saído.

Por M.D. Amado e Ana Carolina Giorgion

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Saudades sob as Unhas


Ainda trago sob as unhas o teu vermelho

Castigado por tua sombra, vago quase impune

Nos termos daquela nossa vontade carnal

Era teu escravo, teu instrumento de suor

Acabou...


Ainda respiro o teu último suspiro

Num hálito gélido de convite à morte

Escapei de tua crueldade disfarçada

Vestida de paixão e prazer


Ainda tenho fios de cabelo em meu corpo

Impregnados com o teu rosto

Vejo teus olhos na transformação

Do brilho, ao opaco silencioso do corte final

Acabou...


Ainda sinto teu cheiro dos momentos de prazer

Como uma fêmea no cio a implorar por carícias

Olor dos desejos da carne

Os quais te consumiram por inteiro.


Ainda levo em meus lábios o quente de seu corpo

Num contraste grotesco entre o passado e o presente

O calor se esvai dentre minhas mãos

Os toques de desejos substituídos pelo pavor


Acabou.

A transformação para escravidão de um dono maior

Seu corpo jaz pelos pecados do prazer

A vida se esvai entre minhas mãos.

E seu espírito, escravo da morte.


Dueto entre M.D. Amado e Ana Carolina Giorgion

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