sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

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A faca deslizava sobre a tábua de cortes picando a cebola. O cheiro do molho já estava dominando a cozinha, mas a mente dela não estava presa ali. Ela tentava se concentrar na faca e em seus dedos para não se cortar, mas estava cada vez mais difícil, a presença dele ali, no outro cômodo era mais forte. Sua mente divagava entre as certezas da vida e não ouviu sua aproximação sorrateira.
Os passos eram leves para que ela não ouvisse. Seu corpo adentrou a cozinha calmamente e não se deteve muito a observá-la trabalhar com a faca. Seu corpo se aproximou ao dela e suas mãos envolveram sua cintura a abraçando.

- O cheiro está delicioso

A reação do corpo dela foi involuntária. Sua mão apertou mais forte o cabo da faca e os movimentos cessaram.  Seu corpo ficou paralisado. Estava difícil manter a barreira firme em sua mente. Os sentimentos queriam passar para o outro lado, mas ela insistia em deixar eles bem ali, quietos do lado da amizade. Eles saltitavam em sua mente querendo ver do outro lado do muro, tentavam escalar, quebrar, furar, mas ela estava se mantendo o mais firme possível. Mas aquele gesto dele não ajudava em nada.

- Não devia me abraçar assim.

As palavras saíram fracas, era algo mais para ela que para ele. A posição dele era clara. Ele já havia dito que eram apenas amigos e isso deveria ser normal para ele. Olhou para a faca e para as cebolas e viu que estavam mais que picadas.

- Logo mais estará pronto

Sorrio fraco e tentou se afastar na direção do fogão. Ele soltou os braços e a observou.

- E porque não deveria te abraçar assim?

A pergunta a pegou de surpresa. Ela não queria que ele tivesse ouvido a exclamação. Caminhou até a panela e começou a dourar as cebolas. Seu olhar estava fixo no fogão. Mexeu o molho com a mão extra e focou no que estava fazendo

- Oras... Por que não... isso é tão... casalzinho.

Tentou que suas palavras fossem o mais natural possível. Pegou a carne que já estava separada e colocou na panela mexendo sem parar. Agregou os temperos.
Ele a observava, pensando em suas palavras e atento a cada movimento de seu corpo. Quando ela parou de mexer e tampou a panela observou seu corpo ir na direção da pia para lavar as mãos. Se aproximou novamente e a abraçou agora mais forte. Seus lábios se aproximaram de seu ouvido e sussurrou

- Gosto de... casalzinho

O corpo dela não sabia mais como agir. Muito menos sua mente que agora estava mais confusa ainda. Piscou algumas vezes tentando associar as palavras e buscando um sentido, um significado. Seu corpo girou dentro do abraço dele e seus olhos encararam os dele. Seu olhar tentava decifrar o que ele pensava, o que ele queria, mas ela mal conseguia entender o que ela queria. Abriu a boca para falar algo, mas fechou novamente. Sua mão rumou até o rosto dele e acariciou de leve.

Começou a ouvir um barulho ao longe, algo que não parava de perturbá-la, algo que a fez abrir os olhos. Os primeiros raios de sol já adentravam ao quarto e a mão foi pesada e com raiva até o celular para desligar o despertador. Seus olhos olhavam em volta, mas ele não estava ali.


Por Ana Carolina Giorgion - 26/02/2016 J.V.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

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Na aurora
Sinto os primeiros raios tocarem minha face
Rubro lembrando de tua boca
Teus cálidos lábios sobre os meus
Antevejo o desejo

No entardecer
O alaranjado do céu alcança minha visão
Lembro de tuas mãos ásperas
Arrepio ao lembrar de teu toque em minhas costas
Tuas unhas arranhando minha pele
Tremo de saudades

No por do sol
À primeira luz da lua ilumina minha alva face
Lembro de teu corpo protegendo meu corpo
Me aconchego em teus braços
Me entrego a teus lábios
E adormeço em teus braços

No frescor da madrugada
A brisa se cala e acordo ofegante e temerosa
Mas sinto seu corpo quente ao meu lado
Teus olhos a me fitar
E nossos corpos se unem.

Por Ana Aratfenien - 18/12/2013

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

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Com teu sorriso faceiro
Com teu olhar divertido
Com tuas palavras leves
Ganhaste meu carinho

Com tua presença amiga
Com teus conselhos valiosos
Com teu toque tímido
Ganhaste minha confiança

Com teu abraço apertado
Com tua voz cálida
Com tua face mística

Ganhaste meu fascínio.

Por Ana Aratfenien - 12/12/2013

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

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Se um dia me perguntarem
Porque você?
Digo que simples são as respostas
Tens mãos calejadas de árduo trabalho
Porem carinhosas e afáveis
Tens uma expressão forte que o tempo deu-te
Porém olhos doces e encantadores
Teu sorriso é cativante
Teus lábios inebriantes
Tens uma postura firme
Tens uma voz forte
Porém um abraço acalentador
Tens meu mundo em tuas mãos

Porém nem sabes o que tens.

Por Ana Aratfenien - 12/12/2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

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Olho através da janela
A grama verde reluz o sol
Cada gota de chuva traz um brilho especial
Traz uma historia diferente
Vidas que um dia se cruzaram
Destinos que se modificaram
Escuto o rumor das gotas pelo chão
Lágrimas que escorrem por amores perdidos
Risadas que ecoam por amigos encontrados
 A chuva é passageira e as gotas começam a cessar
Assim como muitas das vidas que trazem
O sol aparece e a água evapora
Assim como muitas histórias que se vão
Fecho minha janela
Sei que um dia minha história se dissipará.

Por Ana Aratfenien - 10/12/2013

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

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A água escorre por meu corpo
Quero afastar todos os questionamentos de meus pensamentos
Ouço diversas vozes
Será que falam de mim?
Tampo os ouvidos com as mãos
De nada adianta
As vozes estão em minha mente
Deixo a água escorrer por minha cabeça
Meus cabelos escorrem por meu rosto
O som da água batendo em meu cabelo faz um barulho diferente
Parece um furacão, uma tempestade
As vozes uma a uma se calam
Dão lugar a uma tormenta ruidosa e calma
Meus questionamentos são apagados por um minuto
Tento lembrar de uma voz amiga
Tento buscar na memória um rosto amigo
Quero encontrar um abraço amigo
Só assim este simples minuto poderá aumentar por alguns momentos.

Por Ana Aratfenien

terça-feira, 30 de julho de 2013

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Uma boca impura
Agora se cala
Um olhar cruel
Agora se apaga
Umas mãos morosas
Agora se detém
Uma voz desprezível
Agora se silente
Uma vida frívola
Agora jaze em meus braços.

By Ana Aratfenien - 30/07/2013

Ocultar-te

quinta-feira, 11 de julho de 2013

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Queria poder esconder-te
Para que o tempo não passasse
Queria poder esconder-te
Para que a distancia não nos afastasse
Queria poder esconder-te
Para que as palavras não te ferissem
Queria poder esconder-te
Para que as ações não te punissem
Queria poder esconder-te
Para que a vida não mudasse
Queria poder esconder-te
Para que meu egoísmo não te machucasse
Queria poder esconder-te
Para poder ter-te sem que nada dificultasse

Por Ana Aratfenien - Para você. - 11/06/2013

quarta-feira, 27 de março de 2013

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Passei muito tempo de minha vida tentando fazer parte de um grupo, de uma tribo, de um conjunto, pois é isso que nos cobram em nossa vida. Pulava sempre de galho em galho, tentando em encontrar, tentando me achar, mas sempre me decepcionava, pois nenhuma destas tribos era quem eu realmente era.
Passei muito tempo da minha vida tentando adequar meu corpo aos padrões de beleza que o mundo me cobrou, foram sempre dietas loucas, restrições absurdas e como não conseguia tinha que conviver com as críticas sociais de que estava gorda e horrível.
Passei muito tempo de minha vida tentando encontrar quem eu seria no futuro, pois é isso que o mundo espera de cada um. Fiz cursos que não conclui, me dediquei a profissões que não “escolhi” e passei muito tempo ouvindo que estava perdida e que não conseguia concluir nada.
Passei muito tempo da minha vida me preocupando com o que os outros queriam de mim, muito tempo me preocupando em ser aceita, muito tempo me dedicando a pessoas que não se importavam, muito tempo fazendo de tudo pelos outros.
Passei muito tempo da minha vida ouvindo o mundo, as pessoas, a vida e calando quem eu realmente era.
CHEGA!
Querem saber de uma coisa.... não faço parte de uma tribo, não gosto de uma única coisa, não faço parte de um padrão, não sou uma única pessoa.
Hoje cheguei a conclusão de uma coisa estranha e que ao mesmo tempo me agradou muito! Sou plural! Gosto dos opostos, gosto de coisas diferentes, SOU diferente. Sou uma quase professora, quase design gráfico, quase secretaria, quase escritora que está decidida a virar uma Chef de Cozinha! Sou várias em uma única. Por isso me chama Ana Carolina, não só Ana, nem só Carolina, sou composta de vários seres, de várias opiniões, de várias dúvidas, de várias certezas!
E agora passarei muito tempo da minha vida me dedicando ao que EU realmente quero! E você ai que não está satisfeito com quem eu sou... sinta-se a vontade de sumir! Não fará nenhuma diferença!!!!
EU SOU MAIS EU!!!! E pela primeira vez em toda a minha vida tenho plena certeza de que o meu EU existe!

Por Ana Carolina Giorgion - 27/03/2013

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

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Tento não pensar
Mas a mente é traiçoeira
Tento não lembrar
Mas a memória é traidora
Tento não seguir
Mas os meus passos são involuntários
Tento não sentir
Mas o coração é pérfido
Tento não desejar
Mas a vontade é mais forte

Por Aratfenien - 07/12/12 - For You

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